Fatores de Risco para o desenvolvimento de Cancro da Mama
As causas do Cancro da Mama não são ainda claramente conhecidas, não existindo uma clara relação causa-efeito entre o seu surgimento e o mecanismo que lhe deu origem.
Contudo, conhecem-se alguns fatores de risco que são úteis para permitir aumentar a vigilância/alerta das mulheres que os possuem.
Fatores de Risco Modificáveis
Excesso de peso/obesidade – a obesidade
depois da menopausa e o aumento de peso ao longo da vida aumentam o risco de
cancro da mama em 50%. 20% dos cancros da mama são devidos à obesidade;
Consumo de bebidas alcoólicas – quanto mais bebidas alcoólicas uma mulher consumir, maior o risco de desenvolver cancro da mama;
Inatividade física – mulheres que são fisicamente inativas/sedentárias, durante a sua vida, podem ter maior risco de desenvolver cancro da mama. Um estilo de vida sedentário tem sido associado a 5% das mortes por cancro;
Terapêutica hormonal de substituição – mulheres que tomem terapêutica hormonal para a menopausa (estrogénio e progesterona) durante 5 ou mais anos após a menopausa têm maior probabilidade de vir a desenvolver cancro da mama.
Fatores de Risco Não Modificáveis
Género feminino – 70 a 130 casos de cancro ocorrem nos indivíduos do género feminino;
Idade – o risco de uma mulher desenvolver a doença aumenta à medida que ela envelhece. A maioria dos casos ocorre em mulheres entre os 35 e os 55 anos;
História pessoal de cancro da mama – mulheres que tiveram cancro da mama têm maior probabilidade de vir a desenvolver um segundo;
História familiar – a probabilidade de uma mulher desenvolver cancro da mama aumenta se a mãe, irmã e/ou filha tiver tido também diagnóstico de cancro da mama, especialmente se tiver sido diagnosticado antes dos 50 anos;
História menstrual – mulheres que tiveram a sua primeira menstruação antes dos 12 anos ou que passaram pela menopausa após os 55 anos, têm um risco maior de desenvolver cancro da mama;
História reprodutiva – mulheres que tiveram a sua primeira gravidez a termo depois dos 30 anos (31/35) ou que nunca tiveram uma gravidez de termo, têm maior risco de desenvolver cancro da mama;
Alterações genéticas – alterações hereditárias em determinados genes (incluindo BRCA1, BRCA2 e outros) aumentam o risco de cancro da mama. Estima-se que estas alterações sejam responsáveis por apenas 10% dos casos de cancro da mama. No entanto, as mulheres que possuem estas alterações têm um risco muito maior de desenvolver cancro da mama do que as mulheres que não as possuem;
Raça – o cancro da mama ocorre com maior frequência em mulheres caucasianas (brancas), comparativamente mulheres latinas, asiáticas ou afro americanas;
Densidade da mama – o tecido glandular (produtor de leite) e o tecido conjuntivo da mama são mamograficamente densos, ou seja, aparecem a branco na mamografia. Em contraste, o tecido adiposo não é denso e aparece escuro na mamografia. As mulheres que têm uma percentagem elevada de tecido mamário denso têm um maior risco de desenvolver cancro da mama do que as mulheres da mesma idade que têm tecido mamário pouco ou nada denso Em geral as mulheres mais jovens têm seios mais
densos do que as mulheres mais velhas. como uma mulher envelhece, a quantidade
de tecido glandular diminui e aumenta a quantidade de tecido adiposo;
Radioterapia no peito – mulheres que tenham feito radioterapia no peito (incluindo as mamas) antes dos 30 anos de idade têm maior risco de desenvolver cancro da mama. Estudos publicados demonstram que quanto mais jovem for a mulher, na altura dos tratamentos de radioterapia, mais elevado é o risco de desenvolver cancro da mama mais tarde;
Algumas alterações da mama – observar o tecido mamário ao microscópio permite aos médicos identificar se alguma alteração suspeita representa cancro ou outro tipo de anomalia da mama. Grande parte destas alterações acabam por não ser cancro, mas algumas podem aumentar o risco de desenvolver cancro da mama. Estas alterações incluem hiperplasia atípica (uma condição não cancerosa em que as células têm características anormais e aumentam em número), o carcinoma lobular in-situ (LCIS) (células anormais que são encontradas nos lóbulos da mama) e o carcinoma ductal in-situ (DCIS) (células anormais que só são encontradas no revestimentos dos ductos mamários).